Professora dá aula de robótica com material reaproveitado do lixo
17 de julho 2018
Por: Tamíris Almeida * Fonte: Futura.org.br
Aspirador de pó, carrinho de balão de ar, carrinho elétrico e máquina de refrigerante. Esses são alguns protótipos desenvolvidos por alunos da EMEF Ary Parreiras, em São Paulo, durante as aulas de robótica. E o mais impressionante: tudo isso feito a partir do lixo.
Quando se fala em robótica na escola, muitos pensam que é preciso robustos investimentos, tecnologia de ponta e uma sala equipada com computadores de última geração. Longe desta ser uma realidade em sua escola, a professora Débora Garofalo, educadora há 13 na rede pública de São Paulo, mostrou que não é preciso muito aparato técnico para ensinar robótica na sala de aula.
Localizada em Jabaquara, distrito da zona sul de São Paulo, a EMEF Ary Parreiras está inserida em uma região que sofre com o excesso de lixo e a falta de saneamento básico: “Temos um córrego próximo, e as crianças relatavam, nos dias de chuva, a dificuldade com as casas alagadas e os materiais acumulados.”, comenta Débora.
Diante dessa realidade, a professora incentivou seus os alunos do 6º ano a recolherem o lixo acumulado às margens da escola: “Propus para os alunos retirarem do lixo materiais recicláveis e levarem para sala de aula. Canudo, rolinho, carrinho movido a balão de ar.” Ela foi propondo algumas atividades com o material e sugerindo ações que contemplassem a robótica: “No início, eles achavam que não eram capazes de produzir nada. Depois, achavam que não ia dar certo porque não tínhamos recursos. Mas quando viram que os experimentos davam certo, começaram a ficar muito empolgados e espalharam para outras salas.”
Hoje, o projeto de robótica já é desenvolvido em diferentes turmas para alunos de 6 a 14 anos de idade. Desde que foi criado, em 2015, já impactou cerca de 2 mil crianças e mais de 700 kg de materiais descartados foram reaproveitados.
Débora acredita que a falta de recursos possibilitou que os alunos desenvolvessem outras habilidades: “Sem um kit estruturado, deixamos a criatividade e inventividade tomar conta das crianças. Não é um trabalho fechado só na escola porque fazemos várias intervenções sociais. Vamos a campo, conversamos com comerciantes e mostramos o que fazemos com esses materiais nas feiras de tecnologia. É importante expandir esse conhecimento para fora da escola.”, comenta.
Através do projeto de robótica, os alunos puderam unir conceitos de consciência ambiental, tecnologia, impacto social, além de explorar a interdisciplinaridade: “Para intervir no meio ambiente, os alunos usam conceitos de história, geografia (como pontos cartesianos, por exemplo), matemática para fazer programação e língua portuguesa. Fora que pensam 10 vezes antes de jogar o lixo fora.”
Atualmente, estudantes de diferentes idades participam de projetos de robótica juntos: “ Os maiores, retornam para escola à tarde para fazer oficinas com os menores. Eles pensam em melhorias e soluções para vida como crianças com necessidades especiais. Hoje, estão desenvolvendo sensor pra crianças cadeirantes, ajudando uns aos outros. Os alunos se tornam protagonistas. Esses alunos tinham autoestima muito baixa devido às suas condições de vida. Para eles fui muito bom produzir algo com as próprias mãos.”.
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